O povo Tupinambá da Bahia chegou ao Rio de Janeiro para encontrar o manto sagrado devolvido ao Brasil depois de séculos na Dinamarca. O item repatriado está no Museu Nacional do Rio e os indígenas se reuniram no último sábado (7) para celebrar o manto. A cerimônia está marcada para os dias 10 a 12 de setembro.
Vídeos mostram um grupo já no outro estado em direção ao local. Eles são alguns dos 4,6 mil indígenas no Território Tupinambá de Olivença, formado por 23 aldeias, entre os municípios de Ilhéus, Buerarema e Una.
O ancestral sagrado, para essa etnia indígena, é um manto vermelho com penas da ave guará que desembarcou no Brasil sob sigilo em julho. Desde o século 17, ele estava na Dinamarca.
A relíquia deu o primeiro passo do retorno no dia 15 de maio, quando foi retirada de exposição pelo Museu Nacional de Copenhague, o Nationalmuseet, para ser enviada ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Antes disso, em reuniões, lideranças e anciãos tupinambá que vivem no sul da Bahia já planejavam os detalhes do reencontro.
“Fiquei feliz por ele estar no Brasil”, afirma a cacique Valdelice Tupinambá, “mas triste, porque não achávamos que o manto pudesse chegar sem nós estarmos lá”.
O traje, com 1,2 metro de altura e 60 centímetros de largura, não é apenas divino para os tupinambá. É um símbolo da história do Brasil, confeccionado quando esse povo indígena predominava da costa de São Paulo até o Ceará, no século 16.